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O isolamento social foi uma experiência nova e difícil para nós, humanos. Mas para muitos cães, acostumados a conviver com seus tutores apenas poucas horas por dia, o isolamento foi motivo de festa, afinal, puderam receber mais atenção, carinho, além de brincarem e se divertirem por bastante tempo com suas famílias.

No entanto, com a flexibilização da quarentena da Covid-19, em que muitas pessoas começaram a voltar para seus trabalhos fora de casa, a alegria desses cães começou a se desfazer e junto veio o medo de ficarem sozinhos cada vez que o tutor abre a porta em direção à rua. Para muitos deles ficou difícil de entender e, ainda mais de absorver, uma mudança tão brusca.

O resultado é bem visível e, aliás, também audível, porque os cães, sob uma condição chamada de SAS – Síndrome de Ansiedade de Separação, latem, choram e uivam horas a fio temendo terem sido abandonados.  É uma espécie de pânico que se manifesta também por meio de comportamentos destrutivos ou inadequados como arranhar portas e janelas, cavar tapetes, morder sapatos e móveis ou urinar e defecar pela casa.

Atitudes como uivar e espalhar urina são, inclusive, instintivas: na natureza é dessa forma auditiva/olfativa que um animal perdido tenta reencontrar seu grupo. Mas no caso da convivência com humanos, isso se torna um problema e é reflexo do chamado “hipervínculo afetivo”, desenvolvido durante a quarentena por muitos animais que nunca tinham convivido de forma tão intensa com seus tutores.  Agora eles simplesmente não querem mais ficar sozinhos.

Existem também casos ainda mais graves de Ansiedade de Separação que é quando os cães podem começar a ter respiração muito ofegante, salivação excessiva, praticar automutilação ou deixarem de comer. Esses estados podem precisar de intervenção medicamentosa ou um processo delicado de dessensibilização para que aos poucos o animal se acostume a ficar mais tempo solitário.

Mas o que fazer diante dessa situação que, além dos distúrbios de saúde, pode acarretar sérios problemas com a vizinhança incomodada com o barulho?

Existem vários caminhos e o melhor é que alguns deles sejam adotados o quanto antes. Homeopatia, Fitoterapia e Florais Frequenciais são algumas das terapias complementares que ajudam o animal a aceitar a nova condição de vida do tutor. Esses tratamentos, oferecidos pela Clínica Integrativa Pet, de SP, são prescritos depois de uma minuciosa consulta em que o paciente é analisado como um todo, em seus aspectos físicos e emocionais.

Além das terapias complementares, que ajudam bastante no restabelecimento do equilíbrio do animal, algumas providências no dia a dia são fundamentais como, por exemplo, a introdução de vários brinquedos com os quais os cães possam se distrair por bastante tempo. Mas esses brinquedos devem ficar à disposição do cachorro apenas quando o tutor sai de casa para funcionarem com uma novidade, caso contrário os animais podem enjoar deles. É importante que os cães comecem a associar a partida do tutor com algo bom, que gera alguma coisa gostosa para fazer.

Outra medida é criar “isolamento do isolamento”, ou seja, dentro de casa, isolar-se por algum tempo do animal fechando-se, por exemplo, no quarto para ler um livro ou assistir TV. Antes de saírem de casa para o trabalho, os tutores podem também fazer o cachorro gastar bastante energia com caminhadas, corridas e brincadeiras de buscar bolinha, assim é possível que eles relaxem e descansem no lugar de ficarem arranhando a porta.

Outro exercício recomendado por especialistas em comportamento animal é o tutor se vestir como se fosse sair e pegar a chave ou a bolsa, mas dar apenas uma volta na casa, sinalizando ao cão que essas atitudes não significam abandono. E na hora de sair de casa de fato, recomenda-se evitar despedidas longas e dramáticas porque isso pode alimentar ainda mais a ansiedade canina. Mesma coisa no momento do retorno: é bom evitar muito entusiasmo ao rever o cão. Tanto a saída quanto a volta para casa devem ser vividas de uma forma tranquila, sem alardes.

Vale ressaltar que, embora o longo isolamento social, seguido da flexibilização que atualmente vivemos, tenha motivado muitos casos de Ansiedade de Separação, existem erros na criação dos animais que também podem levar a isso.

Um dos mais comuns é a adoção de um cão durante as férias do tutor. O raciocínio não está errado já que com mais tempo é possível investir melhor na adaptação do animal ao seu novo lar, mas o problema está em acostumá-lo a uma convivência intensa e depois, bruscamente, retornar ao trabalho deixando-o muitas horas sozinho. O ideal é, mesmo durante as férias, já ir se ausentando por curtos a médios períodos sinalizando ao cão que é seguro ele ficar um tempo sozinho.

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Mostrando 4 comentários
  • Rosemary polycarpo
    Responder

    muito boas essas dicas para tentar amenizar a falta dos tutores, agora, com a volta da flexibilização…. 👍🏼👍🏼🥰

  • Vera lucia
    Responder

    Vamos prestar atenção nos bichinhos e usar recursos necessários , quando necessários. Bons esclarecimentos .

  • Karina
    Responder

    Passei por isso ao final da minha licença maternidade. O que ajudou foi mudar os dias e horários da nossa faxineira para que ela estivesse aqui nos mesmos horários que estou fora. Adorei as outras dicas.

  • Lívia de Freitas
    Responder

    Fiz tudo direitinho então com meu querido Luke .
    Fiquei feliz em saber.
    Vamos caminhando juntas
    Obrigada

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